Postagens

Mostrando postagens de maio, 2017

Por que a professora de piano frequenta cinema pornô e bate na própria mãe

Imagem
A realidade, dada a sua natureza revolta, é feita de certa repetição. Talvez se usássemos trilha sonora na vida real, as melodias do piano, repetitivas ou anárquicas, dariam cor à nossa vida. A rotina é a disciplina que doma a vida. É assim que se parece a minha primeira leitura do filme A Professora de Piano (2002), dirigido pelo virtuoso diretor austríaco Michael Haneke. Isabelle Huppert é a pianiste Erika Kohut, que dá aulas num conservatório de alto nível em Viena para jovens musicistas. Erika frequenta cinemas pornográficos e sex shops para escapar da influência de sua mãe dominadora. Tudo muda quando um de seus alunos se propõe a seduzi-la. É desafiador tratar aqui no blog sobre um filme de Haneke. Chamá-lo de virtuoso seria um ponto fora da curva, eu diria, já que ele é costumeiramente denominado louco, perverso, um diretor que gosta de chocar. Mas eu diria que Haneke é o diretor que tem excelência em furar as aparências, em penetrar o âmago do ser humano, em des